Deixa eu aprender com os erros Pra valorizar quem amo Que o tempo leve as dores E as mágoas que sufocando Por anos fortaleceu De força e alma ferida Entre sorrisos camuflados E lágrimas cristalinas Eu vi mil fitas pra compor Juntando dor e cicatriz Questionando em frente o espelho Se hoje eu vou ser feliz E eu que fiz de terra plana Campo minado sorrindo Observando reação E frustração dos inimigos Meninos de 12 atira Na vila, pai de familia sofre Cheiro de morte Quantos alvos na mira da glock Você teve sorte Se chegou aos 29 Sem formação de quadrilha Explodindo os carros forte Eu quero a paz Que os malotes não pode comprar Observando o céu E admirando de frente pro mar Cansado de ver chorar Tristes e abatido Isolado no cativeiro Da solidão depressivo Aviso, pente estufado Pros bico que praguejaram Deus é mais e restaurou Convicção de um bom soldado Joelhos calejados Pela fé depositada A cada sol um recomeço Pra escrever outra página E o que te falta Pra seguir em frente? Fazer diferente Admitir seus erros? Ou mais munição no pente? E os crentes, que tu expulsou no soco Veio te avisar Acaba o sofrimento Quando a mão do Justo pesar Refrão Ventos que vem de lá E trás a dor no peito Devasta o jardim do amor As flores do gueto Mancharam de sangue As pétalas de rosa Esperança é um buquê De flores mortas, coberta de pólvora Deixa eu aprender com a dor Pra valorizar a paz Felicidade maquiada Atrás das redes sociais Falso sorriso Eu vejo entre ódio e desafeto Resumo decepção Juras de amor fraterno E os versos que eu fiz, com a alma Com os traumas da madrugada Sem motivação Seguir a caminhada Firmei, os pés descalços Mas não fui corrompido Venderam compromisso No foco do estrelismo Enquanto isso cêis aplaudem Imagem não revela Não existe vitoria Se o mérito exige guerra Vermelho sangue na Terra Pólvora nos dedos Questiono o que faria Se fosse refém do medo Com a sombra do pesadelo Amordaçado em cativeiro Suplicando em oração Anjo armado de morteiro Herdeiro legítimo Dos pensamentos em conflitos De sonhos depressivos Eu me senti sozinho Pega as flores do caminho Pra guardar ressentimento Talvez cicatrize, as mágoas que tem no peito Eu quero abraço verdadeiro Do pivete que consola Esquecer o combate Da guerra silenciosa Esperança nas flores mortas Porque eu valorizo Dando a vida pelo próximo Pra juntar inimigos E os gritos da alma, afirma Que o ódio é passageiro Escuta o teu coração Sem revelar os seus segredos Ventos que vem de lá E trás a dor no peito Devasta o jardim do amor As flores do gueto Mancharam de sangue As pétalas de rosa Esperança é um buquê De flores mortas, coberta de pólvora