O sal que te abre a ti não abre a pele deles E o frio que mata aí não mata a mãe deles E a fome que há aí não mata o pai deles E o corpo do teu filho não pesa nas mãos deles Eu vejo a merda que sai das mãos deles Porque eu vejo-te Nos barcos a nascer Ai, eu vejo-te Nos barcos a morrer Ai, eu vejo-te Nos barcos a passar Ai, eu vejo-te Nos barcos a afundar P'ra que é que eu ainda olho para o mar Se eu já sei como é que há Ai, eu vejo-te Nos barcos a nascer Ai, eu vejo-te Nos barcos a morrer Ai, eu vejo-te Nos barcos a passar Ai, eu vejo-te Nos barcos a afundar P'ra que é que eu ainda olho para o mar Se eu já sei como é que O sal que te abre a ti não abre a pele deles E o frio que mata aí não mata a mãe deles E a fome que há aí não mata o pai deles E o corpo do teu filho não pesa nas mãos deles Eu vejo a merda que sai das mãos deles Eu vejo-te a ti Ai, eu vejo-te Nos barcos a nascer Ai, eu vejo-te Nos barcos a morrer Ai, eu vejo-te Nos barcos a passar Ai, eu vejo-te Nos barcos a afundar P'ra que é que eu ainda olho para o mar Se eu já sei como é que há de acabar? (Eu olho p'o lado e eu vejo-te, eu beijo-te) (Eu vejo-te, eu beijo-te)