Companhia do Pagode

O Travesti

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Na minha rua mora uma pequena
Pedaço de morena, carne de primeira
Mas o crioulo que marido dela
Um fundo de panela
Que não vê bombril
Se acha no direito de se ver perfeito
Mas ele não merece a nega que ele tem

Mas nesse dia a nega quebrou a corrente
Dando um passo à frente, chegou no portão
Fiquei admirado com o seu rebolado
Respirando fundo, me aproximei
Meio nervoso dei uma piscada
E a nega esnobava, fingindo não viu

Mas, de repente, a coisa ficou diferente
O nego apareceu como um tufão na minha frente
Fiquei apavorado, tentei me explicar
Mas o crioulo apressado
Quis me atacar

Corri o bairro inteiro
Feito uma gazela
Foi o resultado daquela paquera
Mas fui alcançado
Pois escorreguei
Parei no hospital
Com a surra que levei

Três costelas quebradas
A cara amassada
Por causa de uma nega
Feia, desgraçada
E depois da surra que eu recebi
Descobri que aquela nega era um travesti
Descobri que aquela nega era um travesti

Era um travesti
Um travesti
Um travesti