Salve o povo da rua Abre caminhos, minha história vou contar Sou eu, Carolina de Jesus A voz da pele preta a ecoar Bitita! Livre feito uma borboleta No quilombo de força e coragem Há fome de esperança e igualdade Menina! Poema de asfalto à luz do luar Em casa de madame pra ganhar o pão Sonhos escritos não foram em vão Lá vou eu pra batalha, não tinha o que comer Fiz verso fiz poesia retratando o meu viver Quando cheguei em São Paulo sem rumo, sem renda Falei de justiça pra que o mundo entenda Extra! A negra enriqueceu Sou eu… A mãe preta resistência Bordando em meu quarto sentimentos Mazela que reflete a consciência Nas folhas de caderno a verdade se traduz Em meu sobrenome uma prece, Jesus Ser a Cinderela do meu Canindé A flor mais bela, quem é que não quer?! Vencer o preconceito, lutar é nosso direito Não duvide da bravura da mulher Samba da favela, nega batucada A Colorado é a voz da emoção Um grito de coragem pra cantar o amor Respeita a minha cor