Mostraram-me um dia na roça dançando Mestiça formosa de olhar azougado Com um lenço de cores nos seios cruzado Nos lobos da orelha pingentes de prata Que viva a mulata, por ella o feitor Diziam que andava perdido de amor De em torno dez léguas da vasta fazenda Ao vê-la corriam gentis amadores E aos ditos galantes de finos amores Abrindo seus lábios de viva escarlata Sorria a mulata, por quem o feitor Nutria chimeras e sonhos de amor Um pobre mascate, que em noites de Lua Cantava modinhas, lundus magoados Amando a faceira dos olhos rasgados Ousou confessar-lhe com voz timorata Amaste-o, mulata, o triste feitor Chorava na sombra perdido de amor Um dia encontraram na escura senzala O catre da bella mucama vazio Embalde recortam pirogas o rio Embalde procuram no escuro da matta Fugira a mulata, por quem o feitor Se foi definhando perdido de amor