Meu verso é rio de águas claras correndo para o remanso É igual a um potro manso se andar garboso e faceiro Faz tempo que é meu parceiro pois é meu verso que acalma As penas da minha alma nas horas de desespero (O meu cantar galponeiro traz a marca da querência E aprova de uma existência cevada no mate amargo E quem aceita o encargo de campeiro cantador Sabe que é fiador da memória do seu pago) Quem não renega as origens é cerno de corunilha Plantado numa coxilha palanque por vocação Esta xucra devoção expressa através do verso Participa do universo sem desgarrar do seu chão Meu verso carrega o timbre do sentimento nativo E cada rima é um estribo onde se afirma a consciência E nesta busca de essência meu canto é quase sagrado Porque projeta um legado além da minha existência