Sempre que a saudade chega, Me pego olhando os retratos, Mas nada substitui, O calor de um eterno abraço, Algum tempo se passou, Minha mãe mudou o semblante, E a geada dos invernos, Fez meu pai mudar bastante. Hoje cabelos de prata, E os corações de ouro, Resolvi dar tempo ao tempo, E rever os meus tesouros, Cabelos de pratas os dois, Mateando a sombra do rancho, Recordando primaveras, E antigos sonhos caranchos, Sempre com o olhar na estrada, A espera dos passarinhos, Por que os filhos batem asas, E acabam deixando o ninho. Me entrego de volta ao colo, Onde um dia fui guri, Sem ter vontade de ir embora, O mate me prende aqui, Redescobri a alegria, Que não avia por lá, Ficou a sombra do rancho, Ouvindo o canto do sabiá. O regresso me mostrou, Toda beleza da flor, E junto há simplicidade, Sobra mais tempo pro amor, Cabelos de pratas os dois, Mateando a sombra do rancho, Recordando primaveras, E antigos sonhos caranchos, Sempre com o olhar na estrada, A espera dos passarinhos, Por que os filhos batem asas, E acabam deixando o ninho.