O rio beirando a rua num arremedo de cais O vapor de Parnarama chegando de Palmeirais O velho homem do porto de olhos postos no rio Sentindo todo o vazio de sua pobreza em paz Maria, boca da noite na pensão familiar Tem os olhos de manhã a luz clara do luar Cada teu povo noturno, teu povo maior Maria Teus operários da noite nas oficinas do dia Ali onde habitou a rua cheia de tédio Hoje mora outra dor feita de casa e de prédio Já nem sei se essa rua realmente existiu Ou se foi obra de algum bêbado num acesso de poesia Vento no rio outro sonho mais refletido que a lua Inventou um cais tristonho e os habitantes da rua Vento no rio outro sonho mais refletido que a lua Inventou um cais tristonho e os habitantes da rua Vento no rio outro sonho mais refletido que a lua Inventou um cais tristonho e os habitantes da rua