Vinte passos Descompassos Nesse ritmo Enjaulado de dor Saio, e a tristeza vem me pôr Inspirações contrárias ao amor Nesse ritmo Já nem rimo Cabelos brancos No meu nguimbo Fazem-me pensar No tempo que fiz passar Que eu devia me entregar Mais no amor, e amar Conheci kimbos Kimbundus Umbundus Matumbos Imundos Outros dos mundos Almejei-os do fundo E garanto Foi profundo O que elea transmitiam E naquilo que creram Foram enganados Povos roubados Enquanto envelhecem Os novos crescem E os filhos dos filhos amadurecem Outras culturas tendem Muitos se esquecem E nos mais velhos não creem Então depois, estes falecem Quem irá contar? Aqueles mitos, evocar E sinto a amargura Porque tudo que faço não dura Escrevo tanto sobre cultura Eles leem, mas tortura Porque só acham loucura Acredito que não estejam a altura De quem possui uma carapinha dura Agora cheia de brancos Cheia desses pelos brancos Minha tia racial, aos prantos Disse que a vida é irónica Tão jovem é-se preto Ao envelhecer-se oposto Com doze apenas na idade Percebi a sua racionalidade Passei a pensar No seu dito como verdade Cresci, e não vou dizer que é falsidade Se houvesse menos ambiguidade Qualquer um Perceberia com facilidade Porque quando retratei Vunge Muxima Kudyela não'bandi Mugambi Na minha vida nem olhei Na dos outros peguei Escrevi, os julguei Agora Uma alma velha sou Lá fora Já me chamam de avó Vim me embora Sem saber para onde vou É o preço Por falar dos outros É o preço De viver pelo doutros É um preço Impagável Quando assim, trouxe paz ao povo