Essa musica que eu vou cantar É uma musica simplesinha de ditado popular Linguagem do meu nordeste do povo potiguar Antigamente essa língua era o jeito de se falar A coisa quando fica velha fica desmantelada No armador la da sala uma rede pendurada Numa gaveta do armario chicara com asa quebrada Na janela do oitão uma mão de pilão jogada No terreiro da cozinha uma chaleira amassada Uns cururús dentro de um pote debaixo de uma latada Uma boneca de pano só porque está rasgada A menina não brinca mais é porque está amuada A lenha não pega fogo porque está enxombrada Uruvai de chuvisqueiro na madrugada Ligaram o radio de pilha pra fazer zuada Botar limão no leite pra fazer cuaiada No feijão deu gurgui a batata brotou Lamparina perdeu pavio o povo abandonou A porta do guarda roupas de velho escancarou No rabo do fogão o leite aderramou Botei barriu no jumento o peste desembestou Fui correr atras do infeliz a alpargata arrebentou Quando eu cheguei no açude o burro tava engrenado Eu perdi as estribeira e também fiquei amuado