Cláudio Lacerda

Ladrão de Terra

Cláudio Lacerda


Tinha eu 14 anos quando deixei meu estado
Meu pai era sitiante trabalhador e honrado
Por este mundão de deus eu dei murro no pesado
Quando a sorte me sorria o meus prano foi cortado
Triste notícia chegava, meu destino transformava
Eu fiquei um revortado

Meu pai tinha falecido, na carta vinha dizendo
As terra que ele deixou minha mãe cabou perdendo
Para um grande fazendero que abusava dos pequeno
Meu sangue ferveu na veia quando eu fiquei sabendo
Invadiro as terra minha, tocaro minha maezinha
Prá roubar nossos terreno

Eu vortei prá minha terra fui com dor no coração
Procurando meu direito eu entrei no tabelião
Quase que também caía nas unha dos gavião
Porquê o dono do cartório protegia os embruião
Me falou que o fazendeiro tinha rios de dinheiro
Prá gastar nessa questão

Respondi no pé da letra não tenho nenhum tostão
Meu dinheiro é dois revórve e balas no cinturão
Se aqui não tiver justiça para minha proteção
Vou mandar os trapaceiro prá 7 parmo de chão
Embora saia uma guerra vou matar ladrão de terra
Dentro da minha razão

Negar terra pro caboclo ai, ai
É negar pão pro nossos filho ai, ai
Tirar terra dos caboclo ai, ai
É tirar o brasil do trilho ai, ai

Nóis tava de 11 a 11 na parada neste dia
O pobre é carta baixa e os rico são as manílha
Foi uma chuva de bala, só capanga que corria
Foi pela primeira vez que o dinheiro não valia
O barúio acabou cedo, me entregaram por direito
Terras que me pertencia

Na cerca de minha terra ai, ai
Em mecher ninguém imagina, ai, ai
Os arame são de bala ai, ai
O mourão de carabina ai, ai