Cláudio Lacerda

Alma Lavada

Cláudio Lacerda


Vento balançando o algodão
Tempo lento, meu coração
Ria, ria, me lembro bem
Água quente do chimarrão
Fumegando no caldeirão
Aquecendo esse meu peito de aventureiro

Noite linda, constelação
Ventania, assombração
Dias, dias, dias imensos
Pelo pasto na plantação
Cavalgando meu alazão
Companheiro nessa missão que descobri

Vai meu coração de tropeiro
Vai partindo a cada alvorada
Vai que o destino traçou nosso roteiro
E a longa estrada é nossa morada

Vai por esse chão brasileiro
Vai seguindo nova jornada
Vai que o destino é um bom timoneiro
E vai levando nossa boiada

(repete 1 e 2)

Vai meu coração prisioneiro
Das estrelas, das cavalgadas
Vai que o destino é grande conselheiro
Pelas vigílias das madrugadas

Vai meu coração missioneiro
Galopando nas invernadas
Corre que o destino, é sempre feiticeiro
Nos protegendo das emboscadas

Sei que não nos coube dinheiro
Só essa saudade danada
Segue que o destino, é um velho vaqueiro
Que nos deixou de alma lavada