Cláudia

Toca Chiquinho

Cláudia


O meu Chiquinho anda sempre arrepiado
Anda sempre tão zangado
Musicólogo rebelde do meu lado
Suas baquetas se agitam, se estremecem
Ao comando de um bumbo falante
Que não para de marcar
Seus olhos tão azuis de maré mansa
Se transformam em oceano quando sente
Que não pode se soltar

Sua alegria é fazer um som bem livre
Demonstrar todo o talento escondido
No seu centro oprimido
E, de repente, encontrar a turma quente
O Hermeto, o Sivuca, Egberto e o Milton Nascimento
Poder bater um papo lá no Chico
Está marcado o grande ensaio com uma turma
Que espera este momento

Diz que jura, desconjura
O som devagar
Pede, clama e reclama
Que não tocará
Diz que jura, desconjura
O som devagar
Pede, clama e reclama
Que não tocará

Toca, toca, Chiquinho
Ensurdece os ouvidos
Desses surdos amigos
Que é que vem pra escutar?

Toca, toca, Chiquinho
Pega um trocadinho
Pela boca da noite
Nessa marcha fatal

Toca, toca, Chiquinho
Ensurdece os ouvidos
Desses surdos amigos
Que é que vem pra escutar?

Toca, toca, Chiquinho
Ensurdece os ouvidos
Desses surdos amigos
Que é que vem pra escutar?

Toca, toca, Chiquinho
Pega um trocadinho
Pela boca da noite
Nessa marcha fatal

Toca, toca, Chiquinho
Ensurdece os ouvidos
Desses surdos amigos
Que é que vem pra escutar?

Toca, toca, Chiquinho
Pega um trocadinho
Pela boca da noite
Nessa marcha fatal

Toca, toca

Toca, toca, Chiquinho
Ensurdece os ouvidos
Desses surdos amigos
Que é que vem pra escutar?

Toca, toca, Chiquinho
Pega um trocadinho
Pela boca da noite
Nessa marcha fatal

Vai tocar!