Fui a Vila Real um dia Em busca de loiça preta A uma casa de olaria De um amigo com muita treta Ele mostrou-me a sua peça O rapazinho era verde Por cima de mim tropeça E atira o barro à parede Atira o barro à parede E não estragues o clima Se colar vais ter sorte Se não sai de cima Atira o barro à parede E não estragues o clima Se colar vais ter sorte Se não sai de cima Diz o rapaz com postura Tenho peças de qualidade Os segredos da cozedura São património da humanidade Pediu para lhe mexer no torno E sem querer a ele me agarro Veio me pedir o forno E volta a atirar o barro Atira o barro à parede E não estragues o clima Se colar vais ter sorte Se não sai de cima Atira o barro à parede E não estragues o clima Se colar vais ter sorte Se não sai de cima