Que fujas de mim como em prosa Que morra em mim como em vida Que chore em mim como em pranto Que leia em mim como em livro Que sejas em mim como em ti E que assim sejamos um Que na soma é mais que dois E na divisão o maior quociente E que não sejas consciente Sejas consistente Sustente esse amor Sustente essa vida Aí é que entra a poesia Morra nela Mas não morra em vida Sofra nela Mas não sofra em vida O que seria da poesia sem a tristeza O que seria de mim sem a poesia Seria eu a própria tristeza Ou seria eu a própria poesia Eu seria eu? Como se houvessem respostas Eu escrevo Mas só há protestos E convenhamos Fracos protestos Protesto contra o fim do amor Mas não levanto placas As pessoas não enxergam Só querem noticias para os jornais E a poesia só queria amar em paz