Nos labirintos da vida muitas coisas aprendi Nunca desejes aos outros o que não queres pra ti Horrores, crimes, desgraças Formam seu império Filhos perdidos, mães soluçam no seu abrigo Olhai meu filho que passa na trilha pecaminosa Perdoai, Senhor, ele não sabe o que faz Antes o braço forte, exemplo de dignidade Situação atual, presente totalmente fraco, sentindo sem fé Sem lei e sem caminho O pior dos piores O mais foda dos foda No circo da malandragem É imperador Respeitado Melhor dizendo, temido Respeito e medo, caminhos distintos Um sem adquire com dignidade O outro Consegue-se com uma usi um três oitão na cintura e olhar atento 24 horas na cidade O temido tem inimigos, o respeitado, amigos O temido não pode marcar bobeira O respeitado anda desarmado a vida inteira como morcego sedento Semente sem vida Valentes sem glórias vomitam tristeza dia a dia Moribundo sem rumo e sem norte, ases da periferia Jah me guie Pelos caminhos da verdade Jah me guie Pelas veredas da justiça Jah me guie Pelo caminho da paz Jah guie a consciência dos nossos irmãos Pelos caminhos de quem quer se libertar Seu passado e presente totalmente oposto, contraditório Eu vi várias vezes celebrar Na escola, na rua, no bairro e no lar Botando pra quebrar Exemplo de virtudes Cheios de boas atitudes Quisera que no passado eu pudesse voltar Hoje o cenário é bem diferente Miséria, desgraça Andam armado até os dente Se antes seus amigos eram os da escola Atualmente a parceria é com ela, a porra da coca Lembre-se de quando éramos moleques Amigos de infância na vinda da escola Uma nota azul tirei, um dez, que coisa maravilhosa Você explicava, dizia que iria mostrar pros seus pais Agora passo ao seu lado, você cheirado me fala Roubei um cara, um otário, estava dando mole Que vacilão, é foda cuzão, é foda Outrora orgulho da família, filho exemplar Agora preto sem atitude, pretitude, a vergonha do lar Rebeldia mal direcionada É meia noite, adrenalina sobe, o toque de recolher já foi dado As armas estão prontas, foguetes, facas, calibres 22, 32, 38, tanto faz Estamos do lado preto e pobre do Brasil O arsenal pra ser mais pesado não dá Ouve-se tiro, ouve-se berro Pega ele, pega ele, vai Gangues rivais se enfrentam, a guerra A morte O medo Os canas, motivo, a área A cor De maioria pretos Situação social Literalmente pobres Estou no meio do inferno, na fronteira do caos Vou conferir Eu vejo preto aqui Eu vejo preto ali Desse lado tem pobre, na outra gangue também É lamentável, é lamentável É lamentável que nós estamos nos matando É lamentável ver preto mortos por outros mortos por outros pretos É lamentável que entre nós mesmo Não estamos seguros A violência existe aqui e em qualquer lugar A presença da polícia não se faz necessária A união entre pretos e pobres, sim, meu irmão, é que se faz necessária É que se faz necessária Jah me guie Pelos caminhos da verdade Jah me guie Pelas veredas da justiça Jah me guie Pelo caminho da paz Jah guie a consciência dos nossos irmãos Pelos caminhos de quem quer se libertar Sim, é claro que é preciso sim Tome uma decisão no campo minado da marginalidade, ai não é seu lugar Não é não Benditos sejam Os amantes da paz Louvados sejam Os justos dignos Benditos sejam Os que se arrependem dos pecados Pois a eles é dado o direito de misericórdia Então desperte o gigante que há dentro de você Um nova aurora está, está por vir Eu te pergunto o que seria dos burgueses daqui Se vocês estivessem politicamente ativados A burguesia passaria maus bocados Então por que atirarmos no alvo errado Se somos todos da mesma classe Estamos no mesmo barco contra a maré E o inimigo qual é, qual é, qual é A burguesia, sistema capitalista selvagem A união das quebras se faz urgente Não quero ver mais mortes entre nossa gente Antes vocês, ases de periferia Agora dou-lhes uma missão Inverta a situação Jah me guie Pelos caminhos da verdade Jah me guie Pelas veredas da justiça Jah me guie Pelo caminho da paz Jah guie a consciência dos nossos irmãos Pelos caminhos de quem quer se libertar