Outra vez eu sentei no banco de uma praça. Vi uma criança ou duas brincar, e não achei graça Talvez não dê pra rir com esse pó de arroz na cara. Com os meus olhos caídos e os meus sapatos de borracha Ou talvez não seja eu um palhaço que sentou na praça Levantei, quis dançar: Sentei e evitei alguns tombos. Quis chorar, mas vi um velho alimentando os pombos Isso tocou meu coração, mas tudo tem limite. Crianças, pombos, velho, praça: E eu aqui triste! Não há nada pra mim aqui Nem o mau humor do café da manhã com migalhas de pão Não restou Não há nada pra mim. Nada pra guardar na lembrança Tudo bem, outro dia virá, e há uma nova praça pra sentar E observar a felicidade de quem se permite Todos têm um par (eu não tenho nada) Crianças, pombos, velho, praça; e eu aqui triste! Eu não tenho nem alpiste