E foi-se a luz: Trevas, raios, bruxaria E foi-se a paz: Pesadelos e agonia E desde então, os Orixás Ou aliados ou rivais Formam correntes de paixão Nos rituais Aí eu personalizei O bem, o mal de cada ser Que eu ajudei a definir sem escolher Mascarei a liberdade E pintei poder e fé Semeei desigualdade Sob o olhar de Eleié Assim, na Grécia filosofei Em Roma eu conquistei Lá no Egito fui rei Vesti Ali Babá, fui ladrão Já fui gueixa no Japão No Nordeste, Lampião Mas não me leve a mal Hoje sou poeta, é Carnaval Sou a alma, sou a cara Sou o retrato Que retrata o que na alma Eu sou de fato!