Ciganerey

Guelédés, o Retrato da Alma

Ciganerey


E foi-se a luz: Trevas, raios, bruxaria
E foi-se a paz: Pesadelos e agonia
E desde então, os Orixás
Ou aliados ou rivais
Formam correntes de paixão
Nos rituais
Aí eu personalizei
O bem, o mal de cada ser
Que eu ajudei a definir sem escolher

Mascarei a liberdade
E pintei poder e fé
Semeei desigualdade
Sob o olhar de Eleié

Assim, na Grécia filosofei
Em Roma eu conquistei
Lá no Egito fui rei
Vesti Ali Babá, fui ladrão
Já fui gueixa no Japão
No Nordeste, Lampião
Mas não me leve a mal
Hoje sou poeta, é Carnaval

Sou a alma, sou a cara
Sou o retrato
Que retrata o que na alma
Eu sou de fato!