Chegou a hora de mudar Erguer a bandeira do samba Vem a luz à consciência Que ilumina a resistência dessa gente bamba Pergunte aos seus ancestrais Dos antigos carnavais Nossa raça costumeira Outrora marginalizado, já usei cetim barato Pra desfilar na Mangueira A minha escola de vida é um botequim Com garfo e prato eu faço meu tamborim Firmo na palma da mão, cantando laiálaiá Sou mestre-sala na arte de improvisar Ôôô, somos a voz do povo Embarque nesse cordão Pra ser feliz de novo Vem como pode no meio da multidão Não, não liga não! Que a minha festa é sem pudor e sem pena Volta a emoção Pouco me importam o brilho e a renda Vem pode chegar Que a rua é nossa mas é por direito Vem vadiar por opção Derrubar esse portão Resgatar nosso respeito O morro desnudo e sem vaidade Sambando na cara da sociedade Levanta o tapete e sacode a poeira Pois ninguém vai calar a Estação Primeira Se faltar fantasia alegria há de sobrar Bate na lata pro povo sambar Eu sou Mangueira, meu senhor Não me leve a mal Pecado é não brincar o carnaval!