Agora eu quero contá uma história De um pescadô muito afamado Eu oiando pra essa plateia Eu lembrei na minha ideia Dessa história do passado Essa história muito tempo já passô Da vida de um pescadô Que eu vi no livro marcado Esse home vivia de pescaria Para ganhar o pão sagrado Esse home, o seu nome era Pedro Saía de casa cedo Pra buscar o seu pescado De noitinha que a maré tava abaixando Lá vinha Pedro vortando Com o seu barquinho lotado Estendia todo o peixe na praia Para o povo comprar o seu pescado Nesse tempo muita pobreza existia Muito pouco ele vendia Que o povo tava apertado Mas o coração daquele home Vendo o povo com fome Dava tudo o peixe dado E assim foi passando o tempo Pedro pescando pro povoado Certo dia enquanto Pedro pescava Sua rede atirava Já tava desacorçoado Jogava a rede na água fria Ela vortava vazia Sem nenhum peixe maiado Quando Pedro foi pro barranco Enxergô lá um barbudo sentado O barbudo disse com a voz de comando Pedro, faça o que eu mando Jogue a rede do outro lado E Pedro jogou a rede com tudo Só pra mostrá pro barbudo Que o home tava enganado Quando Pedro foi puxar a rede O seu corpo ficô arrepiado A rede tinha peixe que coaiava Quatro home não puxava Nem que fosse reforçado O barbudo que pra ele mostrou a luz Era o Mestre Jesus Que remiu nóis do pecado Agora se pescadô é mentiroso É São Pedro que foi curpado Porque lá no livro marca isto Que Pedro andava com Cristo Mas mentiu para o sordado E perguntaro se ele andava com o Messia Falô que nem conhecia E nem teve do seu lado Diz que pescadô conta mentira Muita gente tem me falado Que pescadô todos são tão preguiçoso E também são mentiroso Conforme diz o ditado Que pescadô gosta muito de menti Quando pega um lambari Fala que pegô um dourado Agora eu quero falá com o Paulo Com o meu amigo estimado Paulo, acredite no que eu digo Sempre foi o meu amigo E por mim considerado Até na praia de Guarujá Nóis fomo junto passeá Sempre tava do meu lado Falô que eu saí com travesti E com ele diz que eu passei apertado Neste mundo tem muito home sacana Que se veste de baiana Pra trazê a gente enganado E nesse dia eu também me enganei Quando eu vi que era gay Tirei o corpo de lado Com o Galera a coisa foi diferente O Paulo foi um pouco complicado Pois eu não sei como é que pode Pra ele fugir do bode Foi morá em outro estado E lá arrumô uma linda flor E levou o seu amor Diante do artá sagrado Só que o Galera não sabia Que a noiva era um home desfarçado Na hora que eu fiquei ali sabendo De casa saí correndo Pra avisá meu estimado Na igreja os dois já tava lá dentro Acabei com o casamento E o Paulo ficô zangado Eu falei, Paulo ocê não vai casá Ele ficô meio enfezado Falei pra ele, comigo vamo vortá Essa noiva que ocê tá É home desmunhecado Falei, Paulo casá com home não pode Antes ficasse com o bode Que ficava mais ornado Agora eu preciso terminá E o meu tempo tá encerrado Eu peço pra Santa Virgem Maria Mande paz e alegria Dentro do nosso reinado E que a Santíssima Trindade Cubra de felicidade Onde nóis temo habitado