No mundo que eu tô morando Eu garrei a imaginá Eu já tive reparando Já peguei a repará Tudo vive reclamando Do jeito que o mundo tá Eu tive prestando atenção Só vejo reclamação Todo lugar que eu chegá Um reclama que tá doente Que tá duro de sará Outro reclama da enchente Que a chuva não qué Pará Outro fala do sór quente Que o calor tá de amargá Só se vê reclamação Que o calor nunca tá bão E com o frio também não tá Reclamá é um direito Que a ninguém pode negá Argum fala do prefeito Que o país tem que mudá Que o governo não dá jeito Do governo falam a Que a política tá errada Só que o povo não faz nada Pra este mundo melhorá Argum fala do patrão Diz que ganha male má Que o salário não tá bão Diz que o que ganha não dá Reclamando da inflação Do preço que as coisa tá É jeito do brasileiro Qué ganhá muito dinheiro Mas ninguém qué trabaiá O gordo qué emagrecê O magrinho qué engordá O baixinho qué crescê Vi baixinho reclamá Nóis devia agradecê Tudo aquilo que Deus dá Deus é justo e ninguém logra Não manda nada de sobra Também não deixa fartá Sempre do meu corpo eu zelo Eu gosto de me cuidá Se acaso sô magricelo Porque que vivo a trabaiá Eu tenho meu corpo belo Pras morena cobiçá Rubens com esse barrigão Na barriga do Rubão Cabe um saco de fubá Rubens diz que eu bebo tanto Que até penso em me matá Só bebo de vez em quando Para a saudade espantá Jogo um golinho no canto Pro meu santo não zangá Se acaso eu ficar na brasa Meu santo me leva em casa E ajuda eu levantá Quando eu durmo embriagado Vejo a cama balançá No outro dia eu tô curado Tô bonito e tô legá Rubens é mais reforçado Barrigudo vai deitá Quando levanta do leito Tá gordo do mesmo jeito Não tem como se curá Se acaso acabá a cachaça Da pinga não vô largá Diz que a vida perde a graça Nem que perca não faiz má Se acabá pinga na praça Não preciso me matá Rubens diz que a pinga acaba Se acabá em Sorocaba Vô bebê noutro lugá