Onde chora a ventania, principia a solidão Fiz um ranchão de madeira Na Sombra de uma figueira, morada de assombração Quando a Lua desce cheia, quase tocando o brejão Caipora solta assovio Chega a dar arrepio nas quebradas do Grotão Meu sertão é um paraíso, onde levo a vida mansa Entre a pescaria e outra, é que o capiau descansa Muitos dizem que é lenda, mas digo não é mentira Por incrível que pareça Já vi mula sem cabeça brigando com o curupira Mesmo assim dali não mudo, outra vida não me inspira No conforto da cidade Eu vou morrer de saudade desse meu mundão caipira Meu sertão é um paraíso, onde levo a vida mansa Entre a pescaria e outra, é que o capiau descansa Eu aqui vivo tranquilo, sou meu patrão sou meu dono Não dependo de salário Não quero ser milionário dinheiro me tira o sono Numa ceva de traíra, é o meu cotidiano Na tulha do meu ranchão, mantimento é de montão, fartura pra todo ano Meu sertão é um paraíso, onde levo a vida mansa Entre a pescaria e outra, é que o capiau descansa