Lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz. Da sua luzinha verde azulada, que iluminava a minha janela, do almofadinha lá da calçada, palheta branca, calça apertada. Do bilboquê, do diabolô, me dá foguinho, vai no vizinho de pular corda, brincar de roda, de benjamin, jagunço e chiquinho. Lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz. Do bonde aberto, do carvoeiro, do vassoureiro com seu pregão, da vovozinha muito branquinha, fazendo rosca, sequilhos e pão. Da garoinha, fria, fininha, escorregando pela vidraça, do sabugueiro grande e cheiroso, lá do quintal da rua da Graça. Minha São Paulo, calma e serena, que era pequena mas grande demais, agora cresceu, mas tudo morreu, lampião de gás, que saudades me traz. Lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz.