Namorava a noite Desbravava o silêncio Suportava o frio intenso Chuva, ventos, açoites Ía na rua deserta Sem plano de chegada Não havia porta aberta Naquela noite calada Flutuava com os pés no chão Com a alma ferida A despeito da vida Ainda sentia o coração O sono atroz, o cansaço O calafrio A crueza do frio Ainda sentia um abraço No peito, feito punhal O afago da morte Que apertava tão forte Naquele instante fatal Fez-se um silêncio mortal Com um último gemido Daquele corpo estendido Naquele instante fatal