Na Rocinha a noite é reluzente É envolvente o seu contexto interior Chegando o túnel, o morro cresce de repente Como um vulcão adormecido em resplendor Rocinha, os teus becos e vielas Mostram atalhos pra tamanha sedução Tantos mistérios que envolvem uma favela E porque será que chama tanto a atenção? Esparramada em forma de barracos Pelo contorno do morro Dois Irmãos Vida decente que vive juntando cacos Colheita maculada à poucos grãos Vida decente que vive juntando cacos Colheita maculada à poucos grãos A passarela não é o Muro de Berlin Faixa de Gaza não passa por aqui Bandeira branca imaginária pede o fim Da guerra urbana, desumana, a desunir Esta cidade dentro de outra cidade Este universo que o meu verso relatou E que provoca tanta curiosidade No mundo inteiro aos olhos do criador! Mas se um dia quiseres conhecer A outra face sem manchete de jornal Tem muito ainda para te surpreender! É a comunidade mais linda A minha Rocinha Real