Christtian Paiva

Rocinha Real

Christtian Paiva


Na Rocinha a noite é reluzente
É envolvente o seu contexto interior
Chegando o túnel, o morro cresce de repente
Como um vulcão adormecido em resplendor

Rocinha, os teus becos e vielas
Mostram atalhos pra tamanha sedução
Tantos mistérios que envolvem uma favela
E porque será que chama tanto a atenção?
Esparramada em forma de barracos
Pelo contorno do morro Dois Irmãos

Vida decente que vive juntando cacos
Colheita maculada à poucos grãos
Vida decente que vive juntando cacos
Colheita maculada à poucos grãos

A passarela não é o Muro de Berlin
Faixa de Gaza não passa por aqui
Bandeira branca imaginária pede o fim
Da guerra urbana, desumana, a desunir
Esta cidade dentro de outra cidade
Este universo que o meu verso relatou
E que provoca tanta curiosidade
No mundo inteiro aos olhos do criador!

Mas se um dia quiseres conhecer
A outra face sem manchete de jornal
Tem muito ainda para te surpreender!
É a comunidade mais linda

A minha Rocinha Real