Eu, muitas vezes me pergunto como foi que eu cheguei até aqui Sobre o que eu penso, o que sinto e quero, só estando dentro de mim Mas pra entender de vez o que sou é melhor parar e sentar Tem muita desordem, mas rumo pro norte Mas um norte que eu não sei aonde está (eu sei bem aonde está) Não fujo do corre, não brinco com a morte Pois toda noite eu tenho que voltar (pra manter tudo no lugar) A pressão é forte, a saúde é a sorte Pra batalha bem aqui a me encarar Pronto pra fazer, realizar, ajudar, proteger, preocupar Atento a tudo eu sigo, lenha na caldeira pra me alimentar Apto a refazer quando não dá certo, repetir até conseguir acertar Sem tempo pra ver o tempo passar, às vezes acho que até faço ele parar Não paro, não canso, resisto Insano, inumano, insisto, onde está o botão pra desligar? E nesse rolê frenético pela obrigação de ser Não percebe o quão raro é, não ele, mas o que se dispõe a fazer E na correria cega se sente pleno, mas nunca absoluto Pois mesmo com todo brilho no olho, é seco, torpe, inerte, quase bruto Sim, quantas vezes me esforço pra entender porque funciono assim Eu que não quebro, não canso, regenero, existe uma máquina em mim Mas pra entender desse motor é melhor traduzir o manual Ossos de aço e tendões de cabo e nos ombros um peso surreal Recomeçar, carregado ou não, nunca tive um setup pra parar Cavalo vapor, dínamo, rotor, sou como uma máquina de amar Pronto pra fazer, realizar, ajudar, proteger, preocupar Atento a tudo eu sigo, lenha na caldeira pra me alimentar Apto a refazer quando não dá certo, repetir até conseguir acertar Sem tempo pra ver o tempo passar, às vezes faço realmente ele parar Não paro, não canso, resisto Insano, inumano, insisto Não paro, não passo, não posso Revivo, reviro, reativo Não paro, transpiro, inspiro Instável, humano, desisto, onde está o botão pra desligar?