O que eu visto num é linho Ando inté de pé no chão E o cantar de um passarinho É pra mim uma canção Vivo com a poeira da enxada Intranhada no nariz Trago a roça bem prantada Pra servir o meu país Sou, sou desse jeito e não mudo Na roça nóis tem de tudo E a vida num é mentira Sou, sou livre feito um regato Eu sou um bicho do mato Me orgulho de ser caipira Doutor eu não tive estudo Só sei memo é trabaiá Nessa casa de matuto É bem vindo quem chegar Se tenho as mão calejada É do arado rasgando o chão Se a minha pele é queimada É o sor forte do sertão Ah! Tô indo agora Pra um lugar todinho meu Quero uma rede preguiçosa pra deitar Em minha volta sinfonia de pardais Cantando para a majestade o sabiá A majestade o sabiá Meus pensamentos Tomam formas e viajo Vou pra onde Deus quiser Um vídeo-tape que dentro de mim Retrata todo o meu inconsciente De maneira natural Tô indo agora tomar banho de cascata Quero adentrar nas matas Aonde Oxossi é o Deus Aqui eu vejo plantas lindas e selvagens Todas me dando passagem perfumando o corpo meu