Sou logun-edé Santo menino que velho respeita Densa neblina entre água e areia Ilê tijuca, é meu destino e meu axé Cílio das matas no olhar que deságua Sou fruto que enlaça o mel e a flor Selvagem, desejo e coragem O abate da caça, o cheiro do amor Toca o atabaque, o povo veio trazer Dendê para o axoxô, azeite doce do omolokum Pra festejar a vinda, o herdeiro, a vida Do filho de odé e oxum Laroyê, exu, saúde, obaluayê Das folhas de ossaiyn à espada de oyá e ogum Pra ensinar a vida pro herdeiro, na vinda Do filho de odé e oxum Se a lâmina cortou meu corpo e meu lugar O abrigo encontrei no colo de Iemanjá Doce carinho, cavalos marinhos Perfume de lírios, caminhos do mar Na fé de novos lares, cultuado Nos candomblés, resiliência e louvação Pro jovem do gueto, força e alento Na diversidade, poder transformador Futuro e ancestralidade, essência do que eu sou Nas lutas por dignidade, preto vencedor Quando o ijexá firma ponto no terreiro Sou eu o orixá consagrado nesse chão Porque o borel é encantamento E o meu assentamento é na escola do pavão