Da janela eu vejo o mundo desabar Tenho um último desejo antes de acabar Peço pra que tudo "kaya" devagar Quero assistir meus erros em câmera lenta Pra não dizer que eu desisti sem tentar Resisti, mas já cansei de inventar Só me resta sentar na beirada do penhasco O difícil é aceitar que o pior perfume tá no melhor frasco Tudo se resume em contato, não sei de que grau Tô invocado num círculo de sal Pelo ciclo do sol, longe de espírito mal E da última megera que sujou meu lençol Puis a última intera em prol de prosperar Pressa, o tempo não para pra me esperar Nessa vida contida, eu vou ser sempre refratário Sem sono, pra mim a Terra gira ao contrário E sempre que paro, o ciclo me dá desespero Ter dinheiro sem tempo, ou ter tempo sem dinheiro? Nunca me arrependo por inteiro, aprendi que honra é Aceitar as consequências, e se não tirar proveito, tenha fé Traga a melhor lição Tˆp pronto pro que vier, com a maior convicção O recurso que tiver, a cara pra quem quer ver E o reflexo pra quem quiser testar minha reação Pois não vou aguardar Tudo isso virar cinzas, pra na fênix acreditar Não é de hoje esse caos Então não me peça pra ver tudo desmoronando e não achar normal Triste é ver que o pessimismo que gera o mal pra si mesmo A mania do achismo que gera conflito a esmo E o velho conformismo com a mesmice Que tira toda esperança de você e da criança no seu colo Pelo devaneio cresce trocando valores Revertendo amor e prece em peças de controle Por tudo que cresce nesse solo, céu que desce Fogo sobe, subsolo, enxofre, sofre quem Ousa usar em vão o nome do criador Juras de persuasão pelo ser superior Não se trata de razão, nem religião Mas se jura em nome de alguém, sua palavra não tem valor Quem foi que falou que eu não vou proceder Cara pra bater, mesmo vendo o teatro cair A verdade sempre dói, vai perguntar pra Caim Que traiu, e caiu, isso eu não quero pra mim Enquanto eu tô de pé, agradeço, confesso que canso Tropeço, pereço, mas logo levanto Renasço, recrio um recomeço Sem máscara, a cara pode até causar espanto E repulsa, de quem veste a carapuça, funciona Armadilha do mal que aprisiona Os fracos de fé, em passos de ré Num compasso de dó, sem nem saber o que é Então vai! Pois não vou aguardar Tudo isso virar cinzas, pra na fênix acreditar Não é de hoje esse caos Então não me peça pra ver tudo desmoronando e não achar normal