Lá no meu sertão Já não existe mais emprego. Tenho que ir para a “Cidade” Para conseguir dinheiro. Deixo a família em casa Numa “quintura” de “rachar”. Porque lá não tem nem O feijão para cozinhar. Não quero ver a terra ardendo Nem a fogueira de São João. Não vou morrer por falta d’água. Nem vou esquecer o meu sertão. E na “Cidade Grande” Sou motivo de piadas. Falam de minha gíria E da cabeça chata. A fome é muito grande E a sede insaciável. Em pé há cinco horas Numa fila de trabalho. Não vou chorar a “Asa Branca” Que bateu asas e não voltou. Só mando cartas para minha Rosinha Volto logo meu amor.