Silêncio Hoje morreu um poeta E a carne morreu esquecida Como esquecida viveu Silêncio Hoje morreu um poeta Que espalhou rimas de vida Nos poemas que escreveu Fez rimar terra com pão Emigrante com fronteira E rimou humilhação Com repulsa e bebedeira Fez um terço de poesia Bem na ponta dos seus dedos Rimou dôr com alegria E criança com brinquedos Fez rimar ponte com rio Pescador com tempestade Rimou estiva com navio Grilhetas com liberdade Na inspiração maior Que um verso pode conter Rimou amor com amor E ternura com mulher