Chico da Serra e Pantanal

Alma Sertaneja

Chico da Serra e Pantanal


O sertão mandou seus sinais de SOS
Porém suas preces ninguém escutou
E o dragão voraz da insensatez
Destruiu de vez o que Deus criou

Sob um Sol de fogo rios morrem de sede
E os peixes se afogam na poluição
Onde os animais faziam o seu trilho
A mãe natureza viu morrer seu filho
Que um dia o poeta chamou de sertão

Antes de morrer chorando o sertão
Implorou perdão pelo que não fez
Enfrentou a luta, mas perdeu a guerra
E a segunda cruz foi fincada na terra
E Jesus chorou pela segunda vez

Na fumaça negra ao sabor do vento
O veneno lento que a terra cuspiu
Deixou em ruínas a mãe natureza
E a alma sertaneja para o céu fugiu

O cruel descaso das autoridades
A lei da maldade condenou Jesus
Ao voltar chorando ao triste cenário
Nova via sacra e novo calvário
Carregando o peso de uma nova cruz

O ar poluído envenenou a terra
Qual bomba de guerra da estupidez
Um bando de Judas frio e traiçoeiro
Cego na ganância, louco por dinheiro
Traiu a Jesus pela terceira vez

De joelho no chão pedi fielmente
Deus Onipotente, me mande uma luz
Para desvendar o significado
Do grande mistério da quarta cruz

Em minha consciência Deus me respondeu
A quarta cruz é a cruz da minha insônia
Com a motosserra da ingratidão
O homem matará por pura ambição
A fonte da vida que é a Amazônia

Lágrimas de sangue do rosto de Deus
Caíram dos céus inundando a terra
Vendo o próprio homem imitar Jesus
Carregando o peso da última cruz
Na extinção da vida do planeta Terra