Espero que os mortos se levantem cantando essa oração Meus primos lá no necrotério me servem de inspiração Cadáveres empilhados pelo sistema Pela polícia nos colégios pregando falso dilema De ostentação, de violência sem explicação Tanto bate até que fure os pivete ‘indóida’ o cocão Ainda me lembro lá dos tempos de crianças E do quanto incomodava a presença da farda cinza Os dreadlocks dançam livres e purificando o mal Vejo cristo reencarnado em cada humilde marginal Perseguido, renegado e sem resposta Eles chamam de igualdade as sementes da discórdia “Segurança” é o lema de analfabetos armados Mas nossa arte resiste à opressão desses alienados Aprova vivendo de tanta fé que me ilumina E se não mais ser livre não pode se chamar vida Já vi coisa que não queria ter visto E fiquei me perguntando: Por que isso foi preciso? Se eu necessito só do que eu mesmo almejo Não tenho culpa se eu vim pra esse mundo cheio de defeito Faça o que eu falo e o que eu falo já foi feito Não é a toa que eu conquistei o respeito dos parceiros Pra ser maloqueiro não basta só andar descalço Tem que ter molejo e todo aquele swingado Quem tá ligado se identifica e nem dorme no ponto Que a cobrança vem com juros e nem dar desconto Mal feitores 'enfracaçados' invejando os loucos Puxando meu tapete pra que eu não chegue no topo Se vocês quer saber tenho uma diss pra te Eles querem me derrubar, mas nem vai conseguir É como dar um beco e depois tentar dormir Já mais eles vão tirar a essência que tem aqui (Falar com Deus) Sem dobrar o joelho e fronteira com a mente Livrai-me do olho gordo e da mordida da serpente (Encontro em mim esperança viva) E a fé sempre presente Mesmo se eu caminhar na sombra da besta me faça presente (O que importa agora) É o futuro de grana e os dias de glória Inimigos revoltados não contam vitória só contam histórias (Em minha trajetória) Aprendi com meus erros a ser o mais foda Que a partida é um novo começo e que a morte é a presa volta (Eu vou fazer por mim) Sem ter que ver meu fim (Não mudo afim de fins) Tem que ouvir partir A posse do conquistado vivendo com mercenário No meio das labaredas eu nunca serei tocado E como a estrela de davi, eu seja iluminado Carreguei minha própria cruz suportando meu próprio fardo Que eu mesmo adquiri após lutar contra o diabo Que minha oração nunca volte vazia, o espírito livre e o corpo fechado