A noite retinta na pele Acordes que tecem Uma aria africana no ar Matamba soprano no vento As velas são lenços, no mar de Iemanjá Bahia meu primeiro porto Nesse chão firma o ponto Meu tambor de Benin Exú aponta o caminho, orixá faz seu ninho Na fé que desagua em mim Nas ruas, terreiros, rompendo grilhões Cânticos, danças, sagradas tradições Axé olorum, lirismo e graça Na luz do candomblé, a força de uma raça Terreiro de Bogum, casa branca Gantois No toque do adarrum, bate folha no gongá Malê de balê, bantos e nagôs Ilê curuzu, Roma negra salvador Oh! Dara é voz que oxum abençoou Oh! Dara um canto que vai além da dor Nzailu guerreiro, espada de ogum Pro teu herdeiro, alabê dobra o run Manifesto, que se faz canção Sinfonia que evoca uma nação Esperança, elo que nos uniu Traz no seu ventre o rebento Brasil Transborda nesse chão Minha ancestralidade pra celebrar o amor Quilombos de igualdade em cima da hora O samba se faz imortal Na ópera do carnaval