Dá licença pra caboclo lá da mata da jurema A floresta é um poema e a vida um pergaminho Sobô nirê! Tem cachimbo e vela acesa No meu peito uma certeza, que lá vem reis Malunguinho Ê João, é Batista e libertário O rebelde incendiário O algoz do cativeiro Ê João, é a perna de açoite Sol do dia, luz da noite Incorpora o derradeiro Revira caboclo na brecha do matagal A flecha que acerta o mal sai do arco do curandeiro Rei dos mistérios e sua coroa de palha É força e fé que não falha Divindade do meu terreiro Na mata da jurema é rei Catimbozeiro de cocar Miração é delírio que congraça Na cortina de fumaça enquanto toca o maracá Raiz da folha sagrada O axé que me guarda Encontro dos mundos no meu labor Aí na encruza da vida A cura pra alma ferida Eu clamo meu protetor Exu, seu Malunguinho é juremá Exu trunqueiro, seu Malunguinho é juremá Sobô nirê mafá! Ê juremeiro A chave pra vitória vem das mãos do mensageiro Taca fogo no Brasil, Viradouro de Xangô Tem catimbó no alujá do meu tambor!