Tu gis les yeux perdus Livide et pitoyable Le corps à demi nu Recouvert d'un drap blanc Ton habit de lumière Est jeté lamentable Avili de poussière Et maculé de sang La course continue Tandis que tu rends l'âme Tant pis pour le vaincu Il mérite son sort Et le nom du vainqueur Que l'assistance acclame Bien plus que la douleur Te transperce le corps le corps Tu ne reverras plus Les courses ennivrantes Sous un soleil de plomb A te crever les yeux Tu ne reverras plus Les filles ravissantes Debout sur les gradins T'acclamant comme un dieu Tu n'éprouveras plus Ce sentiment étrange Fait d'un curieux mélange De peur et de fierté Quand dans l'arène en feu Tu marchais d'un pas noble Tandis qu'un passo doble Ponctuait ton entrée La bête a eu raison De ta fière prestance Elle a sali ton nom Elle a ruiné ta vie Ta merveilleuse allure Et ta fière arrogance Sont tombés dans la sciure Et le sable rougi Tes ongles sont plantés Dans le bois de ta couche Et seul, abandonné Tu vois venir la mort Cette fille d'amour Qui te colle à la bouche Pour mieux voler tes jours En possédant ton corps Tu ne reverras plus La chaude Andalousie Quand la terre glacée Va se jeter sur toi Tu ne reverras plus Ces danseuses en folie Ces chanteurs de flamenque Aux pathétiques voix Une idole se meurt Une autre prend sa place Tu as perdu la face Et soldé ton destin Car la gloire est frivole Et quand on la croit nôtre Elle s'offre à un autre Et il ne reste rien Você está com os olhos perdidos Pálido e desolado O corpo semi-nu Coberto por um lençol branco E tua roupa reluzente Castigado Aviltado de poeira E manchado de sangue A encenação continua Enquanto você rende a alma O pior para um derrotado Ele merece seu destino E o nome do vencedor É aclamado pelo público Mais que a dor Que perfura seu corpo Você não irá rever Os corcéis em êxtase Sob um sol escaldante Arregalando os olhos Você não irá rever As garotas encantadoras De pé nas arquibancadas Te aclamando como um deus Você não irá experimentar Essa sensação estranha Uma mistura curiosa De medo e orgulho Quando, na arena fervente Você marchou a passos nobres Enquanto um passo doble Acentuava sua entrada A besta sabia Da tua orgulhosa presença Ela sujou seu nome Ela arruinou sua vida Seu maravilhoso ritmo E arrogância louca Caídas nas lascas E na areia vermelha Suas unhas pregadas Na pele do seu tronco Sozinho, abandonado Você vê a morte chegando Esta garota do amor Que adere à sua boca Roubando seus dias E possuindo seu corpo Você não irá rever A quente Andaluzia Quando a terra gelada Se jogava em ti Você não irá rever Essas dançarinas loucas Estes cantores flamencos As vozes patéticas Um ídolo está morrendo Outro toma o seu lugar Você perdeu o rosto E terminou o seu destino Porque a fama é frívola E quando acreditamos que é nossa Ela se oferece a outro E não há mais nada