Na rua que se imagina ali na beira do cais Eu inventei a esquina, os postes e tudo o mais Eu desenhei as fachadas das casas caiadas E todos os traillers na beira do mar Do meio fio da praça onde eu já me equilibrei Eu vi maria-fumaça e tudo o que eu projetei No meio dessa engrenagem embarquei na viagem No tempo, na noite, na luz do luar Existe um circo mais uns dois quarteirões E um solitário domador de leões Na banda toca um menino Com seu bombardino Pro povo dançar Na rua que se imagina pro menino morar Os carros não tem buzina, a gente pode ficar Deitado de madrugada na nossa calçada Mexendo em estrelas até se cansar O sono é bom como um passeio no céu Ou uma longa volta de carrossel O mundo para um instante Qual roda gigante Pra se admirar Até aonde nossa vista alcançar No horizonte em que a mente chegar Lá estará o menino Com seu bombardino Pro povo dançar E ele sopra essa toada E vai subindo a alvorada