Mais uma vez eu escrevi reli e assisti Os fatos complicado que abita por aqui A marcha fúnebre da favela Por aqui deixa sequela A navalhar rasga cega Delata os fatos da cratela Uma mãe no desespero Por não ter nada na panela Na maio parte do brasil A parte que hera verde Ta manchada de sangue Prow pow pow pow Em são paulo Não é um filme De bang bang É sangue pow Consigo ver em cada olhar A necessidade de cada um A dificuldade de respirar Eu não sei Só Deus é quem sabe O qual que é deste mundo O choro de uma criança Que chora com fome È um absurdo Atrás de uma mamadeira Aos seus 5 de idade Meleca sua cara no chão da feira Já levei tapa na cara Decepção amarga O fel mastigado Com ódio e com raiva As vezes um cara amargo Com malicia é o necessário Vocês quer vim pra favela Vocês quer vim então vem Aonde tem os cachorros loko Arma drogas e refém Tamos aqui na luta por dinheiro e pela vida Um pai de família sofredor Que carrega sua marmita E sua bíblia a estrutura da família Sempre firmão To vendo nos olhos do meu irmão Um aperto no coração Por não ter a sua moradia própria Levanta todo dia cedo Em guerra com o mundão Carregando o compressor Garantindo o seu pão E vai além com sua obra De arte que é o grafite O sangue explode Jorra da artéria O pó e a favela O negro ea miséria Mais não esquenta mãe Que um dia nos vai conseguir Eu quero dar em dobro pra ti Tudo que a senhora fez por mim O que eu prometi Ta aqui cumpri Eu sei que são varias tretas Eu só quero paz pra todos E que só me deixem prosseguir Eu sou do gueto Vivo no beco Subo a ladeira Resisto a poeira Hoje é lua cheia Morros de madeira Encima da poeira Quando chove é mó lameira Eu sou do gueto Vivo no beco Subo a ladeira Resisto a poeira Hoje é lua cheia Morros de madeira Encima da poeira Quando chove é mó lameira Compositor do gueto O que eu vejo é verdade Tamanha as crueldades Esgoto em frente as portas Ratos nas panelas Anoite a força cai Mãe ascendi uma vela É triste essa capela Não é o filme da cinderela É o filme que te entristece Reze mais uma prece Pra ver se a fome desaparece Todos os dias é a sim Vamos lutar até o fim Anoite é pipoco Pra cima pra baixo Eu vejo tudo isso E finjo disfarço O que tem no pó Da terra junto com a agua da chuva Misturado em um só Quando seca vira arte escultura Queremos estudar Já temos a cultura O índio a favela a rua Olho pra lua e viajo Sonho com as crianças Brincando descalço Sem treta sem sangue então Junto com o mesmo ódio Que ferve e vira brasa É o cheiro de carniça Misturado com a fumaça Ao vez de flores A humildade com a crueldade No copo de cachaça Se imbreaga e quebra as taças Chega em casa e ainda ve Os pisos de barro as paredes de madeira Teto com goteira e quando chove é mó lameira Eu prefiro admirar as estrelas Eu sou do gueto Vivo no beco Subo a ladeira Resisto a poeira Hoje é lua cheia Morros de madeira Encima da poeira Quando chove é mó lameira Eu sou do gueto Vivo no beco Subo a ladeira Resisto a poeira Hoje é lua cheia Morros de madeira Encima da poeira Quando chove é mó lameira