Cai a chuva, levando embora a sequidão, vem trazendo na bagagem cheiro de chão. Grama verde volta à vida, enche os olhos, nem é sombra daquela rude cinza, tristonha, dos canteiros de cada via. Cai a chuva, metáfora de libertação, trazendo a cor às ruas secas pela aflição. Faz voltar a fertilidade em cada solo da tosca vida exaurida pela espera de se molhar na verdade sem quimera. Beba a água que não se acaba, e que acaba com a sede de tantas águas que nos secam com as suas brasas. Beba a água da limpa fonte que engravida o chão desse horizonte, pois Cristo é a chuva que seca essa fome. Cai a chuva, levando embora a sequidão...