Velho pedro, quase lenda, por entre luas e iscas Vai mais paciente que o rio, seguindo piavas ariscas No silêncio do pesqueiro, curtido de solidão É pedra lá na barranca, quem faz do peixe seu pão Ao longe o horizonte, sangra num parto de sol E o pescador só traz barro, na fisga nua do anzol Jogando esperas na espera, pedro pede ao rio que o deixe Trocar a fome dos piás pela agonia de um peixe Pela agonia de um peixe, trocar a fome dos piás Velho pedro quase lenda, já curvado qual anzol Pedro pedra da barranca, velho pedro chuva e sol Da flor azul de um remanso, pelos filhos de quem chora Agoniza pelos piás uma piava cor de aurora Agoniza pelos piás uma piava cor de aurora Ao longe o horizonte, sangra num parto de sol E o pescador só traz barro na fisga nua do anzol Jogando esperas na espera, pedro pede ao rio que o deixe Trocar a fome dos piás pela agonia de um peixe Pela agonia de um peixe, trocar a fome dos piás