Seria bom que a sorte num pranchaço Me revela-se um dom desconhecido Que de repente seu olhar varasse O que não vara a força dos sentidos Quisera então reter a cor da pampa Enquanto o sol na madrugada espia Contar aboio se muito ventasse Amanunsear a potra ventania Quisera ter o poderio das aves Que singram noites no céu estrelado Migrando em bando sem perder o rumo Destino e sonho no viver alado Quisera um braço de abarcar a pampa Bolear em sonhos de rincões dispersos Cravar esporas em palavras xucras E dar de rédeas dos fletes dos versos Vestir de sonho a realidade E me embranhar na pura fantasia Fazer um som de múltiplos cantares Colher no campo a flor da poesia