César Passarinho

Corcoveando

César Passarinho


Garra-me a força do laço
A precisão de uma bala
Trago o aconchego do abraço
A proteção do meu pala

Tire da cara essa venda
E corcoveie o cansaço
Mostra esse guapo, uma lenda
Feito um farrapo, um balaço
Mostra esse guapo, uma lenda
Feito um farrapo, um balaço

Larga esse jeito banido
Sangra esse risco de espora
Dê-me esse grito contido
Que eu vou pelear mundo afora

Quero um grito de alforria
Quero o fim da opressão
Quero ver essa utopia
Transformada em procissão

Quero a minha liberdade
Cantada, louca varrida
Espalhando sua verdade
Tanto tempo proibida
Espalhando sua verdade
Tanto tempo proibida

Larga esse jeito banido
Sangra esse risco de espora
Dê-me esse grito contido
Que eu vou pelear mundo afora

Eu sei que vem peleando
Orgulho de uma nação
Feito potro corcoveando
Feito freio em redomão

Verei cabeças erguidas
Sem jamais olhar no chão
Cicatrizes nas feridas
E asas no coração
Cicatrizes nas feridas
E asas no coração

Larga esse jeito banido
Sangra esse risco de espora
Dê-me esse grito contido
Que eu vou pelear mundo afora

Dê-me esse grito contido
Que eu vou pelear mundo afora