Por vezes me acho na lida de campo Repontando versos no rumo da aguada Daqueles que entendem as coisas que digo Pois são meus amigos de tempo e estrada Por vezes me acho na beira do fogo Sorvendo um amargo jurado de anseios Daqueles que aquecem a alma ferida Que anda esquecida do amor que não veio Por isso me encontro Com a velha guitarra Num final de tarde E assim eu descubro Na paz de um galpão Meus momentos de livre Então os caminhos Se tornam seguros Embora distantes E alguma saudade Eu amanso com jeito No rumo da estância Por vezes me perco num quarto de Lua No rastro de um sonho, nas horas sinuelas Daqueles que sabem o sentido do tema Que molda o poema que fiz pras estrelas Por vezes me perco tentando encontrar O eterno lugar dessas rimas campeiras Que arrancam milongas das vozes do vento E tem sentimentos de pampa e fronteira