César Oliveira

Sentimentos

César Oliveira


Por vezes me acho na lida de campo
Repontando versos no rumo da aguada
Daqueles que entendem as coisas que digo
Pois são meus amigos de tempo e estrada

Por vezes me acho na beira do fogo
Sorvendo um amargo jurado de anseios
Daqueles que aquecem a alma ferida
Que anda esquecida do amor que não veio

Por isso me encontro
Com a velha guitarra
Num final de tarde
E assim eu descubro
Na paz de um galpão
Meus momentos de livre

Então os caminhos
Se tornam seguros
Embora distantes
E alguma saudade
Eu amanso com jeito
No rumo da estância

Por vezes me perco num quarto de Lua
No rastro de um sonho, nas horas sinuelas
Daqueles que sabem o sentido do tema
Que molda o poema que fiz pras estrelas

Por vezes me perco tentando encontrar
O eterno lugar dessas rimas campeiras
Que arrancam milongas das vozes do vento
E tem sentimentos de pampa e fronteira