A paixão é um punhal
Tirando loncas da gente
Desvairado sentimento
Que desnorteia o vivente
É uma estrada sinuosa
Onde não anda a razão
Aonde troteia cego
O cavalo coração
A paixão é ventania
Soprando sem direção
Fogo queimando por dentro
Feito calor de um vulcão
A paixão se apresenta
Com seus vestidos vermelhos
Não é garantia e amor
Também não serve espelhos
É sempre inconsequente
Não aceita conselhos
É sempre inconsequente
E não aceita conselhos
A paixão é meretriz
Com caminho para o pecado
Um bolero a meia luz
Onde se sonha acordado
Tem a fúria das feras
Que o domador não acalma
Ela nasce perigosa
Nos arrabaldes da alma
A paixão se retrata
Nos amantes a sós
Revela toda a loucura
Que habita dentro de nós
