Não afrouxemo nem nos lançante Pois semo loco de dá com um pau Cruzemo a nado se o rio não dá vau Neste mundo véio flor de cabuloso E o mala bruja quando esconde o toso Nós esporiemo bem no sangrador Em rancho de China, se campiemo amor Entremo sem sono e garantimo o poso Semo medonho no cabo da dança Gostemo mesmo é de bochincho grosso Que é pra sair tramando o pescoço Ao trote largo nalguma rancheira E bem campante, levantando poeira Coisa gaúcha, vício de campanha Limpemo a goela num trago de canha Pois semo loco lá da fronteira Semo bem loco, loco de Bueno Mas temo veneno na foia da faca Quando o sangue ferve, e viremo a cabeça Por Deus, paysano! Ninguém ataca! Nós semo loco lá da fronteira De raça tranquila, mas de pouca cincha! E de vereda quando o lombo incha Saiam de perto, que a xucreza é tanta Cremo em percanta que seja percanta Apartemo os maula pra outra invernada E a nossa bebida mais sofisticada É canha gelada, num samba com fanta Nós semo loco, mas não semo bobo Semo parceiro de quem é parceiro Nas horas brabas e no entrevero Nunca dexamo um amigo solito Pode ser feio pode ser bonito Mas é nosso jeito de levar a vida Por ser de campo e por gostar da lida É que volta e meia nós preguemo o grito Semo bem loco! Loco de Bueno Mas "temo" veneno na foia da faca Quando o sangue ferve, e viremo a cabeça Por Deus, paysano! Ninguém ataca!