Pátria pampa descampado Querência, terra e rincão Rancho, mangueira e galpão Destinos entreverados Lidas de potro e de gado Unindo pagos fronteiros Horizontes caborteiros Que se amansam a cada mate Quando se mesclam sotaques Na pátria do homem campeiro Nos cimbronaços de um pealo Três pátrias se fazem uma E a velha raça reiúna Dos pampeanos de a cavalo Antes do canto do galo Palmeia a cuia do amargo Cada qual com seu encargo O tosador e o tropeiro O alambrador e o domeiro Herdeiros do campo largo A fronteira faz divisa E ao mesmo tempo acolhera O futuro que se espera E os rumos que se precisa A tradição se eterniza Onde a verdade se acampa Forjando a mais xucra estampa De gente buena e aguerrida Que vê sentido na vida Se vive na pátria pampa Paisanos e contrabandos Tropillas e pulperias Llanuras e sesmarias Guitarra e voz se trançando Três povos reverenciando O mesmo solo encruado Chão crioulo retovado Pago terrunho dos meus Que têm a benção de Deus E o Martín Fierro sagrado