Mas que golaço campeiro Que fez o nego Betão Pegou um bostaço de longe Lá onde dorme o corujão D’onde a trave da direita Se abraça no travessão Mas que golaço campeiro Que fez o nego Betão Taloneei a colorada que saiu pedindo freio As chuteiras ensebadas vão no mocó dos arreios Tem jogo valendo taça, daí que eu mostro minha ginga Sou capitão de alma e raça do flamengo da restinga Entre Santana e as três vendas Ali na sub-prefeitura Um time sob encomenda forjado na lida dura Na gol o sargento Alves, na zaga o Tão e o Amarante No meio eu e o Raúl e o Betão de centro-avante No meio eu e o Raúl e o Betão de centro-avante O embate era contra os tigre das banda da encerrilhada Castelhanada bandida que adora da umas pechada No bico ninguém nos ganha e na pelota eu também acho Pois futebol de campanha é esporte de índio macho O troço empeço pegado Peleia braba encardida A paisanada chegando rasgando nas dividida E eu caprichei numa bola Que de três dedos saiu O Raúl matou no peito e lançou o Betão no vazio O Raúl matou no peito e lançou o Betão no vazio Que dominou e qual um corpo fechou os zóio e deu um coice E a bola entrou na gaveta naquele efeito de foice Já foi aquele gritado da torcida em alvoroço E o Betão usava um lenço sempre atado no pescoço Mas que golaço campeiro, que fez o nego Betão Pegou um bostaço de longe, lá onde dorme o corujão D’onde a trave da direita se abraça no travessão Mas que golaço campeiro, que fez o nego Betão Depois nós se retranquemo dando de bico pra fora E o juiz era um nazeazeno que só apitava de espora Ergue o braço e finda o jogo com um tiro de trinta e oito Que é pra acalma os derrotados e os nervo dos mais afoito Mas que golaço campeiro Que fez o nego Betão Pegou um bostaço de longe Lá onde dorme o corujão D’onde a trave da direita Se abraça no travessão Mas que golaço campeiro Que fez o nego Betão