Os galhos regendo o vento Balançam no temporal Atado pelo buçal Um potro estira o cabresto Molhando a melena moura O velho peão caseiro Se atarefa no terreiro Guardando trastes de arreios É uma cena de campanha Repassada em poesia Pedindo uma melodia Com acordes de bandona E uma guitarra crioula De ventre bem manuseado Num abraço apaixonado De um cantor pedindo vaza Firmando a barra da saia Num jeito bem apressado Rosto da chuva lavado Maria recolhe a roupa Invocando a Santa Bárbara A velha guarda o machado Temendo que algum mandado Venha ali fazer seu pouso E a tormenta vai embora Assim no más como veio Acalmando o sarandeio Dos ramos mexendo a brisa O Sol rebrilha nas folhas Recomeça toda a lida O velho estilo de vida Que eu julgo que ainda existe