Sento as garras e ato a boca Depois de um top na cola E um picaço lunarejo Redomoneado a capricho Tô de folga, hoje é domingo E uma ansiedade me açanha Pra golpear um trago de canha Junto ao Balcão do Bolicho De longe se escuta o canto Da minha parelha de esporas Que nunca perde um compasso Pois nenhuma se distrai Meu sombreiro de aba larga Quebrado nas duas pontas Faz um não se dar de conta Se este xucro vem ou vai Chego embalando o picaço E apeio junto ao palanque Ali desato o bocal E com jeito afroxo os arreios Ao despacito enveredo Bombeando a porta do toldo Pois ontem pagaram o soldo E hoje eu tô com o jardeio Com um Buenas saludo a todos E o bulicheiro já sabe Que eu venho com a goela seca Só tenteando um talagaço Assim proseando com a indiada Me perco entre um trago e outro Mas me acho se escuto o sopro Das ventas do meu picaço Me pergunta o Catuçaba O que é feito do Junico? Lhe respondo que tá velho Mas não desaba o chapéu Esses dias inté me disse Lhe tem por grande parceiro E que os dois são companheiros Desde os tempos de quartel Se vai a tarde num tranco E o sol se rebolca inteiro Junto as barras que se somem No fundo do firmamento E eu já meio relampeado Pago a conta e me despeço Acomodando o regresso Pra estância que é o meu sustento