César Oliveira e Rogério Melo

Pra Um Gauderiar Estreleiro

César Oliveira e Rogério Melo


Quebro o chapéu pra poder bombear estrelas
Sendo que ao vê-las me parece te enxergar
Forjam teu lume cintilante estas gavionas
Trazendo a tona a ilusão de um andejar

Meu doradilho que carrega uma na testa
Troteia inquieto pela noite enluarada
Pois pressente que a estrela dos meus sonhos
Se fez cadente no horizonte de outra estrada

A serenata de um grilito pacholento
Neste momento um assobio silente implora
Largo uma copla mais antiga que a saudade
No embalo doce das estrelas das esporas

No infinito qual cristais brilham faceiras
Chinas matreiras aporreadas pra um gaudério
São tantas léguas que separam nossas vidas
Talvez perdidas na penumbra dos mistérios

Triste percebo que a distância mais sentida
É de uma estrela que se foi não'outro domingo
Então me resta o talareio das chilenas
E uma pequena sobre a testa do meu pingo